2021 acabou e estou aqui para fazer uma retrospectiva do que teve de melhor no mundo do cinema. Nos próximos dias, revelarei algumas listas com os meus favoritos em algumas categorias. Começo, então, com as melhores atuações femininas em papéis coadjuvantes.
Durante esses meses, algumas atrizes se destacaram e entregaram performances dignas de atenção. Listo as 15 que acredito que foram as melhores. Lembrando que foram elegíveis apenas os filmes lançados entre janeiro e dezembro de 2021 aqui no Brasil, no cinema ou VOD. Espero que gostem das selecionadas e deixem nos comentários a que você mais gostou.
15. Laura Benanti
(Quanto Vale?)

No drama da Netflix “Quanto Vale?”, vemos uma série de depoimentos bastante honestos sobre pessoas que perderam entes queridos na tragédia do 11 de setembro. Laura Benanti vem para dar voz à uma mulher que perdeu o marido e, no meio de seu luto, acaba descobrindo uma traição. É uma personagem pequena ali, mas vem com tanta verdade e sensibilidade que por vezes esquecemos ser uma atuação. Acerta o tom e jamais cai na dramaticidade forçada.
14. Tracee Ellis Ross
(A Batida Perfeita)

Dona de um carisma imenso, Tracee é a alma dessa despretensiosa comédia musical. Aqui ela faz uma cantora de renome, Grace Davis, que precisa reerguer a carreira e produzir algo novo depois de anos estagnada. A atriz traz humor e uma boa dose de honestidade também. Tem força em cena e ainda canta muito bem.
13. Gina Rodriguez
(Falsos Milionários)

Outra rainha do carisma é Gina Rodriguez. É incrível esse poder que a atriz tem de roubar atenção. Na comédia esquisitíssima (e brilhante) “Falsos Milionários”, ela dá vida para uma trambiqueira extrovertida. Melanie, sua personagem, traz luz à obra e nos seduz a acompanhar sua divertida jornada. Gina está encantadora.
12. Ellen Burstyn
(Pieces of a Woman)

A palavra de uma mãe, muitas vezes, tem um peso enorme em nossas decisões. A presença de Ellen Burstyn como mãe da protagonista que acaba de perder o próprio filho é forte, porque suas palavras tem poder, chegando ao ponto de até mesmo ser cruel. A veterana encara com força essa personagem e nos causa incômodo, justamente porque é tão humana, tão real.
11. Danielle Deadwyler
(Vingança & Castigo)

Uma das mais belas surpresas desse ano, a jovem atriz Danielle Deadwyler encara um papel divertido e rouba a cena ao lado de um elenco de peso em “Vingança e Castigo”. Como Cuffee, uma mulher que se disfarça de homem e passa a fazer parte do bando para derrotar um impiedoso criminoso, a atriz constrói uma personagem misteriosa, cômica até e brilhantemente defendida por sua bela atuação.
10. Dianne Wiest
(Let Them All Talk)

O filme de Steven Soderbergh é bastante curioso por deixar seu elenco à vontade para improvisar, enquanto ele filma com seu iPhone. Todos os atores estão ótimos, mas é a veterana Dianne Wiest quem verdadeiramente brilha. Sua doçura e espontaneidade em cena encantam. Há um discurso inspirador quando ela diz sobre como todos ali são privilegiados por serem os últimos a verem as estrelas em seu estado natural. É o melhor momento do filme e o palco é todo dela.
9. Juno Temple
(Palmer)

Juno sempre foi uma atriz bastante subestimada. Não há nada que ela faça pela metade. Com um papel pequeno no drama “Palmer”, ela rouba a cena. Ela faz uma mãe problemática, que anos afastada do próprio filho, retorna para tê-lo de volta. É uma personagem forte e ela engrandece o que poderia ser apenas uma participação.
8. Aunjanue Ellis
(King Richard: Criando Campeãs)

Como mãe de Serena e Venus Williams em “King Richard”, Aunjanue Ellis se mostra uma grande revelação. Tenho a sensação de que ela merecia mais espaço em cena, inclusive. Mas isso é só a prova do peso que ela tem ali. Seus diálogos são ótimos e muitas vezes acaba dizendo o que nós, enquanto público, gostaríamos de dizer. A atriz passa verdade e se destaca, mesmo quando o filme a diminui mais do que necessitava.
7. Jessie Buckley
(A Filha Perdida)

A versão mais jovem de Olivia Colman como Leda em “A Filha Perdida”. É através de suas expressões, sua postura, que compreendemos melhor a personagem no presente. Uma escolha certeira de elenco, que nos permite mergulhar na complexidade da protagonista. Jessie é uma atriz em ascensão e merece sucesso! Só tem a crescer.
6. Odessa Young
(Shirley)

Sempre bom quando encontramos jovens atrizes que se arriscam tanto, que aceitam o desafio de dar vida a personagens tão complexos. Odessa divide a cena com Elisabeth Moss e, mesmo com pouca experiência, chega a altura. Aqui ela interpreta uma jovem estudante que interrompe seus sonhos pelo marido e pelo filho que está para nascer, ao mesmo tempo em que passa a cuidar da escritora Shirley Jackson em um período de bloqueio criativo. Uma presença hipnotizante, que navega entre a sedução e medo, entre desejos e desilusões.
5. Emma Thompson
(Cruella)

Simplesmente saborosíssimo o embate entre Cruella com a Baronesa, vivida por Emma Thompson. Uma antagonista preciosa, divertida e extravagante. Fazia tempo que não via Thompson tão à vontade e tão renovada em cena. Seus trejeitos e sua acidez a tornam uma das personagens mais fascinantes que vi no ano. Foi bom demais assistir.
4. Olivia Colman
(Meu Pai)

Tenho uma relação muito pessoal com essa personagem, por viver algo parecido com ela. Existe doçura e paciência, mas também existe rancor, existe culpa. Cabe tudo isso dentro da Olivia e muito mais. Uma atriz gigante e que em pouquíssimos minutos consegue transmitir o indescritível. Como filha de um senhor com Alzheimer, ela traz muita verdade e emociona.
3. Ruth Negga
(Identidade)

Na pele de Clare, uma mulher negra que se passa por branca nos anos 20, Ruth entrega uma das mais belas atuações do ano. Sua presença é sutil, mas ainda assim hipnotizante e sedutora. Muito subestimada, ela nunca recebe a atenção que merece e aqui só comprova a força dela como atriz. Sempre contida e sempre grandiosa.
2. Youn Yuh-jung
(Minari)

A melhor avó que já tivemos! Vencedora do Oscar no começo de 2021, a atriz sul-coreana é fantástica e constrói uma personagem adorável em cena. Em “Minari”, ela passa a cuidar dos netos quando a família de sua filha se muda para os Estados Unidos. É uma relação linda essa que vai sendo narrada entre esse mulher tão experiente e extrovertida com seu neto David. Os dois juntos são o brilho desse drama morno.
1. Kirsten Dunst
(Ataque dos Cães)

Em “Ataque dos Cães”, a diretora e roteirista Jane Campion desenha na tela personagens enigmáticos e que nos causam certo fascínio. Como Rose, Kirsten Dunst alcança um patamar quase nunca alcançado em sua longa carreira como atriz. Esse embate furioso e silencioso entre ela e Phil, interpretado por Benedict Cumberbatch, só existe pela magnitude dos dois atores em cena. Há sensibilidade em sua entrega, nos causando empatia e também desespero. Um grande papel e uma atriz que, definitivamente, merecia mais reconhecimento.