histórias de amor não caminham no mesmo tempo

Final de sábado, querendo ver uma coisa leve e gostosa e eis que me deparo com uma grata surpresa. “Um Fim de Semana Prolongado” teve um lançamento tímido e pode ser uma boa pedida para os admiradores de romances indies como “Ruby Sparks” e “Eu Estava Justamente Pensando em Você”. É uma trama mirabolante, que constrói um scifi sutil sem a necessidade de efeitos visuais e sem tirar o pé do chão. Tudo flui de maneira realista, original e incrivelmente apaixonante.

Quando conhecemos alguém especial e tentamos construir um relacionamento com essa pessoa, muitas vezes nos deparamos com o empecilho do “tempo”. Cada um vive seu momento específico da vida e nem sempre é possível caminhar junto. O filme, então, faz uma divertida analogia sobre este tempo, onde um homem acaba se apaixonando por uma mulher que veio do futuro e eles terão um período curto para viver esta experiência, tornando eterno o que eles já sabem que terá um fim.

É assim que a obra, sensivelmente, acaba refletindo em como nós somos capazes de viver intensamente apenas quando sabemos a data de validade. Comove essa jornada dos protagonistas, principalmente porque há sentimento e honestidade em cada frase dita. O roteiro é esperto e flui em uma naturalidade admirável, destacando as boas performances de Finn Wittrock e da adorável Zoe Chao, que finalmente ganha um papel de destaque do qual ela tanto merecia. O diretor estreante Stephen Basilone entrega uma obra bastante intimista, revelando alguns instantes de grande inspiração como quando Zoe canta ou quando encena um número de dança.

“Um Fim de Semana Prolongado” é fofo e tem o raro poder de nos fazer torcer pelo casal principal e estampar um sorriso tonto no rosto todas as cenas em que estão juntos. São dois indivíduos que nasceram um para o outro mas não nasceram no mesmo tempo. O filme nos revela esse futuro distante, onde a tecnologia pode ter evoluído, mas nós ainda seremos feitos dessa mesma insegurança, ansiedade e deste constante sentimento de inadequação. Ainda seremos esses reles mortais desiludidos, esperando o salário no fim do mês e sonhando com as próximas férias.

NOTA: 8,5

País de origem: EUA
Ano: 2021
Título original: Long Weekend
Disponível: Locação no Youtube e Google Play
Duração: 91 minutos
Diretor: Steve Basilone
Roteiro: Steve Basilone
Elenco: Finn Wittrock, Zoe Chao, Damon Wayans Jr., Jim Rash

5 comentários em “Crítica: Um Fim de Semana Prolongado

  1. Gostei do filme, ele prende atenção do início ao fim . Não é monótono, tem uma dinâmica intensa , e nos faz pensar no significado da vida…

      1. Não achei que foi um final aberto, apesar de achar um pouco contraditorio as fotos terem registrado eles, mas ela ter sumido no celular, ela realmente era uma viajante do tempo.

        O fato dela ter ficado olhando ele cair já sabendo que ele tinha um tumor evidencia muito isso

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