Crítica: Desculpe Te Incomodar

A voz do homem branco

Crítica mordaz ao capitalismo, “Desculpe Te Incomodar” seria cômico se não fosse tão triste. Ainda que nos faça rir de desespero diante das situações que narra, também nos deixa pensativos sobre essas relações que traçamos com a realidade. O diretor e roteirista estreante Boots Riley desenvolve uma obra única, peculiar e mesmo que preze pela estranheza, nos faz conectar com essas situações e dilemas tão comuns da vida adulta, acertando ao transformar essa comédia em um intrigante terror distópico. É um caminho arriscado mas que funciona perfeitamente no seu brilhante texto. Um filme provocativo e essencial.

Lakeith Steinfeld está ótimo na pele de Cassius, um cara comum que mora em uma garagem e não vê muitas perspectivas sobre vencer na vida. Até que ele consegue um emprego como operador de telemarketing em uma empresa sombria e começa a se destacar pelo seu dom em vendas e por saber falar com a voz de um homem branco. O grande conflito nasce quando um grupo de funcionários decide reivindicar melhorias no trabalho e, pelo receio de perder a oportunidade de crescimento profissional, Cassius vira as costas para a luta de seus iguais.

Eles queriam que Cassius fosse a voz da revolução, mas ele é bom demais desenvolvendo a voz dos brancos. O protagonista literalmente desenvolve esse poder, pois somente assim poderia vencer sendo um homem negro. Ele é seduzido para estar no topo da cadeia alimentar, se vendendo para ter, iludido por conquistar tudo o que jamais teria, seguindo exatamente o script. Sendo como todos os outros, querendo possuir o que todos buscam. É muito rico esse conflito que se desenha, pois por mais incômodo que seja as escolhas do personagem, o compreendemos, faz sentido diante de toda sua trajetória. E, de certa forma, vibramos para que ele finalmente se encontre.

Com claras referências ao cinema de Michel Gondry, a obra traz uma arquitetura lúdica, de efeitos práticos e uma narrativa surreal, rapidamente nos remetendo a filmes como “A Espuma dos Dias” e “Rebobine, Por Favor”. Exige um nível de abstração grande do público, mas se permitir levar pela sua bizarrice, a experiência pode ser extasiante. Diante de suas criativas invenções e uma montagem ágil, a obra flui como um sonho esquisito, onde nem tudo possui uma sequência lógica. Diverte e nos faz ter a certeza de que estamos diante de algo muito novo e único. Alguns instantes são impagáveis como a participação de Cassius em um programa de TV ou quando um grupo de brancos pede para ele cantar rap. Sim, é tudo assustador nesse nível.

“Desculpe Te Incomodar” vai ganhando tons cada vez mais obscuros. Surpreende e termina de forma brilhante, acentuando suas belas críticas. É uma obra poderosa, que nos deixa reflexivos diante de suas fantasias, diante de suas indagações. O texto revela essa escravidão que se mantém presente mas com novas nomenclaturas, dentro dessas corporações que vendem discursos inspiradores sobre time e dedicação quando visam apenas a exploração e lucro. Nesse sistema, todos estamos no andar de baixo, seguindo ordens e produzindo as conquistas daqueles que já venceram.

NOTA: 9,5

País de origem: EUA
Ano: 2018
Título original: Sorry To Bother You
Disponível: Telecine Play
Duração: 105 minutos
Diretor: Boots Riley
Roteiro: Boots Riley
Elenco: Lakeith Stanfield, Tessa Thompson, Armie Hammer, Steven Yeun, Danny Glover

Crítica: Estados Unidos vs. Billie Holiday

Sobre os frutos incomuns

Pouco mais de oitenta anos após sua gravação, a canção “Strange Fruit” ainda nos choca porque ela ainda diz muito sobre a violência racial. Na voz de Billie Holiday, a música sobreviveu ao tempo e ela se tornou símbolo de um movimento civil que jamais teve fim. Com direção de Lee Daniels, “Estados Unidos vs Billie Holiday” faz um recorte nos últimos anos da vida da cantora e como ela foi, durante esse período, perseguida pelo FBI por cantar uma canção considerada antiamericana, que incitava a rebeldia na população.

De fato, a grande força da obra está concentrada na atuação de Andra Day. E não estamos falando de uma atuação qualquer. Na pele de Billie Holiday, a jovem atriz entrega – desde já – uma das melhores e mais impressionantes interpretações do ano. É de uma potência e garra espantosa. Seja pelo timbre de voz, a postura, tudo nela indica um trabalho rico que merece ser ovacionado.

O diretor Lee Daniels tem certo fascínio por esses melodramas históricos e entrega a essa dolorosa trajetória um tom novelesco e cheio de excessos. Até soa estranho, ao início, mas são traços que dialogam muito com essa assinatura pesada do diretor, nos remetendo a obras como “A Última Ceia”, no qual ele foi produtor e “Preciosa”, seu trabalho mais marcante. É piegas em muitos momentos, mas é também repleto de muito sentimento, de honestidade.

“Estados Unidos vs Billie Holliday”, por vezes, se perde nas próprias intenções, pincelando os amores da cantora, seus vícios e a constante batalha contra os federais. Nem sempre é claro qual o caminho que obra deseja seguir e isso nos afasta. A questão da operação do FBI, principalmente, é enfraquecida com um texto um tanto quanto maniqueísta. Eles são vilões e ponto. Ainda que emocione e deixe claro essas injustiças que ocorreram na época, é lamentável a forma preguiçosa com que esse conflito é desenhado pelo roteiro.

Apesar das falhas, termino a sessão inundado de sentimento. Tanto pelo prazer que é assistir o trabalho primoroso de Andra Day, como pela revolta e angústia de conhecer mais de perto essa poderosa história. Mais do que a força de Billie Holiday, enquanto artista, mulher, preta, vemos a força da arte e como o protesto dela em forma de música jamais foi silenciado, infelizmente, assim como ocorreu com aqueles frutos incomuns nas árvores do sul.

NOTA: 8,0

País de origem: EUA
Ano: 2021
Título original: The United States vs. Billie Holiday
Disponível: Prime Video
Duração: 130 minutos
Diretor: Lee Daniels
Roteiro: Johann Hari, Suzan-Lori Parks
Elenco: Andra Day, Trevante Rhodes, Garrett Hedlund, Tyler James Williams, Da’Vine Joy Randolph, Natasha Lyonne

Crítica: A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas

Sem freio

A Sony Pictures Animation parece ter, finalmente, se encontrado. Três anos depois do lançamento do vencedor do Oscar, “Homem-Aranha no Aranhaverso”, o estúdio retorna com uma produção tão inventiva quanto, reforçando uma bela identidade. Um primor de animação 3D, que mistura traços bidimensionais, excesso de cores e uma edição ágil, capaz de manter a atenção dos pequenos e garantir o riso dos mais crescidos. É aquele filmão pipoca para a família toda, bem intencionado e divertido.

Em “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” somos apresentados a uma família disfuncional através dos olhos da jovem talentosa Katie, que tem uma relação difícil com seu pai. Antes que ela inicie os estudos na faculdade, seus pais decidem reunir a família pela última vez em uma viagem. No entanto, acontece a revolução das máquinas, que ao ganharem vida, decidem expulsar os humanos do planeta. É então que os Mitchells se tornam a única salvação da humanidade.

Katie sonha em ser cineasta e a grande sacada da produção é fazer desta aventura como se tivesse a assinatura dela, com seus rabiscos invadindo as cenas e memes como parte da edição. Tudo isso traz uma atmosfera bastante atual e exige dos criadores extrema criatividade. Por outro lado, esse exagero de informação por segundo o torna megalomaníaco, sendo difícil, às vezes, de acompanhar o raciocínio.

É assim que “A Família Mitchell” peca pelo excesso. A longa duração, inclusive, que poderia dar mais espaço para a construção da trama é lotada de cenas ininterruptas de ação. E isso cansa. Vemos uma família fugindo das máquinas e isso nunca gera algum debate além do velho discurso “não seja normal” e da força da família unida. Falta introduzir essa relação dos humanos com a tecnologia e o quanto isso, de fato, afetava as relações. Essa base dada pelo roteiro é muito simplória, colocando as máquinas ali como meros vilões, sem jamais explorar a força desse tema. É um campo rico, mas o filme sempre opta pelo humor barato de memes, gritarias e coisas sendo esmagadas. No fim, tudo não passa de uma justificativa para uma ação desenfreada. A trama nos é apresentada em uma velocidade tão absurda que se torna impossível criar algum envolvimento ou identificação com que nos revela.

É uma diversão fácil que vale ver com a família sim! Um belo trabalho de animação e que apesar de ter me frustrado diante do hype que nasceu, também me deixou curioso pelos próximos passos do estúdio. Vale a pena, mas é muito abaixo dessa “obra-prima instantânea” que estão pintando por aí.

NOTA: 7,5

País de origem: EUA
Ano: 2021
Título original: The Mitchells vs. the Machines
Disponível: Netflix
Duração: 110 minutos
Diretor: Jeff Row, Michael Rianda
Roteiro: Jeff Row, Michael Rianda
Elenco: Abbi Jacobson, Danny McBride, Maya Rudolph, Olivia Colman

Crítica: Druk – Mais Uma Rodada

Uma dose diária de vida

Apesar de ter vencido o Oscar de Melhor Filme Internacional no Oscar, fui sem grandes expectativas, talvez porque a premissa não tenha me agradado. Mas aí aconteceu que encontrei uma obra muito diferente do que esperava, maior do que eu esperava. “Druk” me preencheu.

Quatro amigos e professores, vivendo pela inércia da rotina, decidem provar uma tese de que, ao ingerir uma quantidade específica de álcool todos os dias, se tornariam mais bem sucedidos, mais confiantes em suas ações. A partir deste inusitado experimento, Martin (Mads Mikkelsen), em meio a suas crises da meia idade, renasce, buscando se reconectar com a vida e com a juventude que deixou para trás.

O cineasta Thomas Vinterberg cria aqui uma obra ousada, que caminha por rumos delicados. Sem endemonizar o álcool e sem ignorar o lado maléfico do ato, ela encena uma revigorante celebração da vida. Saiba beber com moderação, mas viva o máximo que puder. Ele sabe como conduzir esse discurso sem cair em um campo perigoso e irresponsável, entregando um produto elegante, divertido e sutilmente comovente. É um dos projetos mais pessoais da carreira do diretor e que ganha um tom ainda mais sensível pela triste história por trás dele. Vinterberg faz um filme festivo quando perdeu o mais precioso que é sua filha. “Druk” é seu grito, sua força, sua razão de ainda estar em pé.

O roteiro é fantástico e nos convida a cada passo. É interessante como cada capítulo da tese escrita pelos amigos se torna um capítulo à parte no filme. Desta forma, há uma dinâmica muito bem conduzida pelo diretor, que nos instiga a ficar, a querer ver a conclusão dessa loucura. Somando a isso, Mads Mikkelsen é imensamente carismático e nos traz ao seu lado nesta jornada libertadora. A obra, que se inicia com um grupo de jovens se divertindo, nos faz a todo tempo nos questionar em qual fase da vida desistimos desse parque de diversões, quando foi que decidimos sermos tão sóbrios, tão descrentes. A cena final é gigante! Nos faz querer dançar por aí, acreditar mais em nós mesmos. Uma bela celebração aos dias que nos restam.

NOTA: 9,5

  • País de origem: Dinamarca
    Ano: 2020
    Título original: Druk
    Duração: 117 minutos
    Diretor: Thomas Vinterberg
    Roteiro: Thomas Vinterberg, Tobias Lindholm
    Elenco: Mads Mikkelsen, Lars Ranthe, Magnus Millang, Thomas Bo Larsen

Crítica: Raya e o Último Dragão

Um voto de confiança de mundo

Lançado no Disney Plus, “Raya e o Último Dragão” é mais um daqueles filmes que fariam bonito em uma tela grande. A animação é mais um grande acerto do estúdio, que acalenta nossos corações em tempos tão tenebrosos. Por isso espero que alcance muita gente ainda. Mais do que uma experiência agradável e empolgante, o longa traz reflexões necessárias.

Inspirado em contos e lendas do Sudeste Asiático, a obra nos apresenta o universo mágico e fictício de Kumandra, que há anos atrás era um reino que venerava a existência dos dragões que traziam riqueza para as civilizações, mas que desapareceram com a chegada de uma força maligna. Ao encontrar o último dragão vivo, a jovem guerreira Raya, traça uma longa aventura para unir as partes de uma poderosa jóia que pode, enfim, salvar a espécie.

Temos como base algo semelhante a muitas outras obras que colocam uma jovem guerreira em uma aventura para salvar sua comunidade. Ainda assim, o resultado é bastante positivo, principalmente pelo carisma dos personagens e pelo texto que está sempre se renovando, sempre trazendo elementos novos para a narrativa. Ao nos apresentar o universo mágico e fictício de Kumandra, o longa explora de forma bastante rica a cultura e tradições de diversos povos, permitindo, assim, que a história sempre cresça, jamais perdendo aquele ar de novidade. Visualmente, cada pedaço da aventura é um deleite. É belo, criativo e nos faz embarcar de coração em uma aventura épica muito bem elaborada, algo tão raro no cinema atual.

Esqueça as músicas e o romantismo tão presentes nas histórias de princesas da Disney. É um passo acima daqueles já iniciados por Frozen e Moana, dialogando bem com a nova geração. Raya é corajosa, mas o roteiro acerta por não esconder suas fraquezas e sua falta de fé no mundo que é aquilo que ela irá conquistar ao longo de sua jornada pessoal. Emociona, envolve e traz sentimentos ainda mais convincentes que os filmes citados. Vale ainda destacar, a dinâmica da protagonista com Sisu que é divertidíssima e ganha pontos, quando na versão original, traz as ótimas performances de Kelly Marie Tran e Awkwafina.

“Raya e o Último Dragão” traz conforto no meio de nossas crises e pessimismo pandêmico. A obra vem para nos lembrar sobre o quanto perdemos quando desistimos do mundo, quando não depositamos fé no próximo. Um voto de confiança é necessário porque ele traz poder, ele transforma, nos permite evoluir.

NOTA: 9

  • País de origem: EUA
    Ano: 2021
    Título original: Raya and the Last Dragon
    Disponível: Disney Plus
    Duração: 107 minutos
    Diretor: Carlos López Estrada, Don Hall
    Roteiro: Adele Lim, Qui Nguyen
    Elenco: Kelly Marie Tran, Awkwafina

Crítica: À Espreita do Mal

Tem sido interessante acompanhar esse movimento da Netflix de lançar filmes recentes e que não tiveram o devido reconhecimento na época pela pouca (ou nula) distribuição. Aconteceu recentemente com “Upgrade”, “País da Violência” e agora com “À Espreita do Mal”. É uma produção que pode até ter suas falhas, mas facilmente se destaca no catálogo. Apesar de ter lido algumas duras críticas, confesso que super funcionou comigo. 

A obra já nos instiga em seus primeiros minutos. Seja pelos ruídos da trilha sonora ou pela boa atmosfera de tensão que se constrói, somos fisgados pela curiosidade de compreender essa inquietação que nos causa. É interessante como o filme, no início, traz indícios de um mistério sobrenatural, apostando naquele velho conceito de acontecimentos estranhos dentro de uma casa, ambientada por uma família nitidamente fragilizada. Ganha quando não usa o mistério como muleta para sua revelação final, indicando uma reviravolta intrigante que prefiro não comentar por aqui. Causa desconforto e soa como uma saída ainda melhor do que aquela que prevíamos no início. 

Acredito que o pecado de “À Espreita do Mal” é se justificar demais. Mesmo com uma boa ideia em mãos, o roteiro falha ao querer deixar tudo muito bem explicado ao público, chegando ao ponto de revelar a mesma narrativa por pontos de vistas diferentes, quando na sugestão sua trama era mais interessante. 

Ainda que não alcance por completo o potencial que tinha, é uma obra que vai se tornando cada vez mais intrigante, oferecendo um ótimo final. Subverte o terror e surpreende com os bons caminhos que segue. Funciona, principalmente, porque todos seus personagens escondem algo, uma peça crucial que, até o ato final, não sabemos dizer quais deles são os vilões e os heróis da história.

NOTA: 8

  • País de origem: EUA
    Ano: 2019
    Título original: I See You
    Disponível: Netflix
    Duração: 96 minutos
    Diretor: Adam Randall
    Roteiro: Devon Graye
    Elenco: Jon Tenney, Owen Teague, Helen Hunt, Judah Lewis

Crítica: Meu Pai

A solidão do esquecimento

Demorei para conseguir pôr em palavras o que senti com o filme “Meu Pai” porque tenho uma relação muito pessoal com o tema que ele aborda. Me atingiu mais do que eu esperava e me deixou remoendo os tantos sentimentos que absorvi dali.

Vencedor do Oscar pelo papel, o ator Anthony Hopkins entrega uma atuação poderosíssima e que me causou grande comoção. Anthony, seu personagem, enfrenta o doloroso processo de perda de memória e acompanhamos essa batalha interna dele para tentar reconhecer a própria realidade, assim como a de sua filha, Anne (Olivia Colman), que precisa lidar com sua doença. São dois lados da história muito bem pontuados aqui. O ótimo roteiro não apenas nos permite entender as difíceis decisões de Anne como nos faz criar mais empatia com o Alzheimer e o quão complexo e delicado é a situação da pessoa que o enfrenta.

Escrito pelo dramaturgo francês Florian Zeller, o longa, também, marca sua estreia como diretor. Baseado na peça escrita por ele, é curioso como os ambientes aqui funcionam como um cenário bem elaborado de um teatro, se modificando, se transformando constantemente para ser outra coisa. A arquitetura é quase como um personagem aqui e parte importante da condução da história. O longo corredor, assim como os espaços tão semelhantes entre si, organizados dentro da própria confusão. É como o caminhar do personagem em sua consciência em mutação. Um trabalho rigoroso e impecável de direção de arte.

Acompanho o Alzheimer de perto dentro da minha casa e pela primeira vez senti que um filme entendeu, de fato, o que é. O texto é honesto e nos conforta ao falar, com extrema precisão, dessa dor. Me senti acolhido, compreendido talvez. A personagem de Olivia Colman é grande também, precisando ser forte mesmo quando, nitidamente, toda a situação a fragiliza. Tendo que fazer, diariamente, sacrifícios silenciosos. É triste ver alguém tão perto de você se perdendo na própria existência e você não poder salvar, apenas tentar encontrar saídas pouco eficazes. É brilhante, também, como o roteiro encontra para ilustrar essa confusão do pai. Nos coloca dentro da mente do protagonista e nos faz duvidar junto com ele, sentir essa mágoa por não ter mais controle de tudo o que muda, o que se altera, o que se apaga.

A cena final é de uma sensibilidade e tristeza profunda porque ela é real. “Meu Pai” nos choca porque nos lembra deste processo inevitável que é envelhecer e como isso, às vezes, pode ser cruel e solitário.

NOTA: 9,5

  • País de origem: Reino Unido, Irlanda do Norte
    Ano: 2021
    Título original: The Father
    Duração: 97 minutos
    Diretor: Florian Zeller
    Roteiro: Florian Zeller, Christopher Hampton
    Elenco: Anthony Hopkins, Olivia Colman, Imogen Poots, Olivia Williams, Rufus Sewell