Como tornar uma história sobre xadrez interessante? Este é o grande obstáculo vencido na minissérie “O Gambito da Rainha”, que facilmente nos prende por seus belíssimos 7 episódios.

Baseado no romance de Walter Tevis, a obra nos leva a conhecer a hipnotizante jornada de Beth Harmon, que após perder a mãe, é levada para um orfanato, local que a faz conhecer o xadrez. Este é o primeiro passo de uma vida de excessos, de ascensão e fama, de perdas. O roteiro é brilhante, narrando com cuidado e uma riqueza de detalhes fascinante. Não é preciso entender e gostar de xadrez para embarcar na trama. A obra nos convida a todo instante a participar de seus gloriosos eventos e vamos com prazer, tamanho deslumbre que nos causa.

Anya Taylor-Joy cai como uma luva na pele da protagonista. É uma personagem intrigante, complexa, que enquanto vai de encontro ao seu maior adversário no esporte, precisa enfrentar seu passado, preenchendo as lacunas necessárias para seguir em frente. Sua presença é estonteante, nos faz torcer, vibrar e tentar entendê-la.

A produção é de um grande charme. Os figurinos traduzem com perfeição as tantas fases enfrentadas por Beth, assim como os cenários, objetos de cena, tudo em irreparável estado. A trilha sonora assinada por Carlos Rafael Rivera é um espetáculo, trazendo a tensão e emoção necessária para cada instante. Scott Frank dirige todos os episódios e ele sai daqui com um belíssimo produto no currículo. Ele conduz todos esses elementos de maneira admirável, mantendo o nível do começo ao fim.

“O Gambito da Rainha” é um belíssimo acerto da Netflix. Vale muito a pena se deixar levar por esta grande história e produção.

NOTA: 9

  • País de origem: EUA
    Ano: 2020
    Título original: The Queen’s Gambit
    Disponível: Netflix
    Elenco: Anya Taylor-Joy, Marielle Heller, Harry Melling, Thomas Brodie-Sangster, Jacob Fortune-Lloyde, Moses Ingram, Bill Camp

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