As 15 melhores atrizes de 2020

Muitas atrizes brilharam em 2020 e faço este post para enaltecer o belíssimo trabalho que realizaram no ano. Seleciono, então, as 15 atuações femininas que mais me chamaram a atenção ao longo desses doze meses que se passaram. Lembrando, então, que as interpretações elegíveis foram aquelas que estiveram em filmes lançados no Brasil entre janeiro e dezembro de 2020, seja por lançamento no cinema, seja em VOD ou streaming.

Espero que gostem das selecionadas e caso lembrarem de algum nome que merecia estar aqui, deixem nos comentários.

15. Riley Keough
(O Chalé)

Grace é uma jovem mulher com um passado conturbado que tenta se reconstruir em uma nova família. Quando um evento de extremo pavor a desestabiliza, conhecemos a real potência de Riley Keough como atriz. Ela navega com perfeição pelas oscilações assustadoras de sua personagem, principalmente na reta final do filme, onde prova ser uma belíssima revelação.

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14. Eva Green
(A Jornada)

Bom retorno de Eva Green à uma produção francesa, que finalmente a permite explorar uma personagem realmente boa. Como uma astronauta que precisa se despedir da filha antes de uma missão, a atriz surge contida e ainda assim entrega uma belíssima e emocionante atuação.

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13. Cynthia Erivo
(Harriet)

Cynthia é uma camaleoa! Não consigo conectar nenhum personagem que ela tenha interpretado e é sempre uma boa surpresa quando ela retorna. Na pele da ativista Harriet Tubman, a atriz entrega seu papel mais desafiador até então. É uma presença marcante, forte e emociona por sua entrega. E ainda nos presenteia com a canção “Stand Up”, porque além de atuar, canta muito bem também.

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12. Sophia Loren
(Rosa e Momo)

Que grande presente a Netflix nos deu com este bem-vindo retorno de Sophia Loren. Após um hiato de 11 anos, ela volta como uma sobrevivente do Holocausto que desenvolve uma relação de afeto com um pequeno garoto imigrante. É muito bom vê-la atuando, ainda mais quando sua personagem a permite crescer na tela.

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11. Adèle Haenel
(Retrato de Uma Jovem em Chamas)

A câmera se aproxima e assistimos por alguns minutos as tantas expressões de Héloïse diante uma ópera em um Teatro lotado. Do espanto à comoção. Das lágrimas de felicidade de estar diante de algo tão único e belo. É um momento especial no fantástico “Retrato de Uma Jovem em Chamas” e que a atriz Adèle Haenel abraça com garra e sintetiza bem o poder de sua atuação. Aliás, sua presença ao longo de todo o filme nos chama atenção e nos hipnotiza.

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10. Julia Garner
(A Assistente)

Além de entregar uma das melhores atuações do ano na TV com sua Ruth de “Ozark”, Julia Garner também brilhou no cinema. Como assistente de um magnata do entretenimento, ela observa de perto um ambiente tóxico e de assédios. A personagem é os nossos olhos naquele espaço e atriz domina a tela, revelando a tensão de estar tão perto de algo aterrorizante.

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9. Elisabeth Moss
(O Homem Invisível)

Elizabeth tem ganhado cada vez mais reconhecimento e esta sua performance só nos prova o porquê. Ela se entrega a personagem, que precisa provar sua sanidade enquanto foge de seu ex parceiro que agora é invisível. A atriz demonstra todo o desespero, agonia e fúria. Uma presença impactante!

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8. Charlize Theron
(O Escândalo)

Retratar personalidades reais é sempre um desafio porque sempre vem com altas expectativas. Charlize some ao interpretar a jornalista Megyn Kelly, a responsável por dar início a uma arriscada investigação contra o chefe assediador. Não apenas pela ótima maquiagem, a atriz renasce no papel. Sua postura, jeito de andar, se expressar. É uma transformação completa e que nos faz esquecer que existe uma atriz ali atrás.

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7. Viola Davis
(A Voz Suprema do Blues)

Viola Davis é um mostro do cinema e ela retorna em mais um grande papel em sua carreira. Ela da vida a Ma Rainey, cantora de blues, e como adaptação de uma peça, todo o texto do filme é bastante teatral. Viola brilha neste palco, apesar de não aparecer tanto o quanto merecia.

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6. Sidney Flanigan
(Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre)

Sidney foi uma das mais belas revelações de 2020. Ela encara um papel difícil, desafiador e surpreende por este ser apenas seu primeiro trabalho no cinema. Sua personagem, Autumm, atravessa um processo doloroso para realizar um aborto. É chocante, forte e a atriz emociona com sua naturalidade. O instante em que ela precisa responder uma série de perguntas pessoais na clínica é impactante e um dos melhores deste ano, tamanha a força e honestidade que entrega ali.

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5. Haley Bennett
(Devorar)

Haley Bennett é uma grande atriz ainda muito subestimada. Tem traçado uma carreira interessante e em “Devorar” ela revela seu momento mais potente. Ela faz aqui uma dona de casa recém casada que fica obcecada em engolir pequenos objetos. É uma personagem nova, intrigante e Haley explora com perfeição todas as suas boas camadas, tornando possível nossa empatia diante de sua insana jornada.

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4. Saoirse Ronan
(Adoráveis Mulheres)

Saoirse tem aquele dom de transformar pequenos papéis em um evento a ser admirado. Talvez na pele de qualquer outra atriz, a irmã mais velha, Jo March, de “Adoráveis Mulheres”, poderia passar despercebida. A maior e mais competente atriz de sua geração, Saoirse traz brilho, alma, carisma e preenche a tela com sua performance.

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3. Helena Zengel
(Transtorno Explosivo)

Quem poderia esperar que uma das mais impactantes atuações do ano viriam de uma criança novato no cinema. A atriz alemã Helena Zengel já até garantiu seu pezinho em Hollywood depois desta incrível interpretação. Aqui ela faz uma garota que vive em lares adotivos devido seu comportamento explosivo e seus surtos de raiva. É um grande papel e ela assume essa responsabilidade com muita entrega e garra. Irretocável!

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2. Marcélia Cartaxo
(Pacarrete)

Grande atriz brasileira, Marcélia Cartaxo é o nome que deveríamos exaltar. Se lá em 1985 ela foi nossa Macabéia de “A Hora da Estrela”, hoje ela é nossa Pacarrete, essa nordestina guerreira que sonha em se manter nos holofotes com seu número de ballet que ninguém se importa. A trajetória de sua personagem é divertida, doce e um reflexo triste sobre um país que menospreza a cultura. Marcélia personifica isso de forma grandiosa, tem carisma e um talento que enche a tela.

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1. Renée Zellweger
(Judy: Muito Além do Arco-Íris)

Quando Renée levou o Oscar de Melhor Atriz em 2020 torci o nariz, não era minha favorita, até assistir ao filme. “Judy” nem é lá uma produção tão interessante, mas a atriz merece reconhecimento pelo o que fez dela. É muito poderosa essa relação entre Judy Garland e Renée Zellweger e como as duas tiveram que enfrentar o peso da idade no mundo do entretenimento. Como ambas foram esnobadas pela mídia e mesmo assim lutaram por estar em cima de um palco. Renée é dona de um talento enorme mas parece que isso nunca faz afeito, nem mesmo seu segundo Oscar pode salvar sua carreira. A cena em que ela canta Somewhere Over The Rainbow ao fim é forte porque há muito da atriz e sua trajetória ali, suplicando por ser aceita. Ela também canta, o que prova ainda mais sua entrega e preparo para o papel. A atriz se transforma por completo e por isso acredito que seja a atuação do ano. Existe verdade e honestidade em cada diálogo, em cada olhar, em cada nota alcançada.

As 15 melhores atrizes coadjuvantes de 2020

Com muita empolgação venho, aqui no blog, postar as listas com as melhores atuações de 2020. Ainda que poucas produções tenham chegado aos cinemas neste ano estranho, tivemos diversos lançamentos em VOD e plataformas de streaming e a grande verdade é que, apesar dos pesares, tivemos filmes incríveis e atuações poderosas que merecem destaque.

As atuações elegíveis para a lista foram aquelas que estiveram presentes em obras lançadas no Brasil de janeiro a dezembro do ano passado. Seleciono, então, as 15 melhores interpretações femininas em papéis coadjuvantes. Espero que gostem e se sentirem falta de algum nome que merecia estar aqui, deixem nos comentários.

15. Mia Goth
(Emma.)

Na pele da divertida Harriet na adaptação de Jane Austen, Mia Goth surpreende e encanta. Ela acaba sendo nossos olhos, adentrando ao universo da realeza, com toda sua falta de habilidade. Poderia ser um alívio cômico caricato ali no meio, mas ela é boa demais para permitir que isso aconteça. Traz originalidade para o papel e merece reconhecimento.

14. Kristen Wiig
(Mulher-Maravilha 1984)

Kristen Wiig é a melhor coisa que aconteceu em “Mulher-Maravilha 1984” e falo isso com tranquilidade. Apesar de achar o filme todo divertido (ao contrário de muitos), a escalação da atriz, que antes parecia tão estranha, me soou mais do que acertada. Kristen tem carisma e sabe como trilhar entre a comédia e o drama. É uma personagem que revela diversas facetas durante a obra e a atriz domina todas elas.

13. Bel Powley
(A Arte de Ser Adulto)

Bel Powley é uma caixa de surpresas. Apesar de ser nova no cinema, é sempre surpreendente assistir sua evolução como atriz. Nunca a tinha visto em um papel cômico e foi incrível ver o quanto ela domina o texto, traz carisma e acerta o tom de sua personagem que poderia muito bem ter caído na caricatura, mas Bel a salva. Difícil não se apaixonar por ela em cena, tamanha naturalidade.

12. Taylor Russell
(As Ondas)

Uma das ótimas revelações do ano. Taylor Russell chama a atenção porque nasce como uma simples figurante no drama “As Ondas”, como a filha mais nova de uma família destruída. É lá depois da segunda metade do filme que o roteiro lhe dá vida e é lindo como a jovem atriz agarra essa oportunidade. É muito sensível sua performance, revelando com precisão a dor e insegurança de sua bela personagem.

11. Maria Bakalova
(Borat: Fita de Cinema Seguinte)

A sequência de “Borat” foi uma surpresa em todos os aspectos possíveis. Não apenas porque lançou pouco depois de ser anunciado, mas principalmente por revelar o talento da jovem Maria Bakalova. É uma das atuações mais corajosas do ano porque ela tem que ir além da interpretação. Ela encara o desafio do improviso e de estar diante de figuras reais em situações de extremo desconforto. Maria dá vida a uma personagem divertida, que possui uma evolução admirável na tela.

10. Octavia Spencer
(Luce)

Como a professora Harriet na adaptação da peça “Luce”, Octavia revela um lado ainda mais poderoso de sua atuação. Seu embate com o ator Kelvin Harrison Jr. garante momentos de pura tensão e nos hipnotiza, justamente porque nunca sabemos ao certo o caráter de sua personagem e o que ela é capaz de fazer.

9. Thomasin McKenzie
(Jojo Rabbit)

Thomasin é uma grata revelação dos últimos anos no cinema e “Jojo Rabbit” é mais um projeto acertado no qual ela se envolve. Na pele da judia Elsa, a jovem atriz surpreende. Seja pelo sotaque, postura, pela segurança com que entrega seus poderosos diálogos. É incrível assistir um talento desse ganhando forma. Thomasin vai longe.

8. Margot Robbie
(O Escândalo)

Um papel difícil, bastante delicado e que Margot Robbie domina. Na pele de uma funcionária real da Fox News e vítima de assédio sexual, ela demonstra toda a fragilidade de ser mulher e estar em um ambiente tóxico como o relatado. É doloroso e incômodo toda a trajetória da personagem e a atriz revela o enorme potencial que tem. A cena em que ela conta, por telefone, para uma amiga o que aconteceu sintetiza o poder de sua performance.

7. Allison Janney
(Má Educação)

Ao lado do gigante Hugh Jackman, Allison brilha neste drama sobre corrupção no meio escolar. Sua personagem é bastante complexa e nos intriga. Nos faz criar uma certa afeição pelo carisma de sua presença para logo depois nos chocar com suas atitudes inescrupulosas. Bom demais vê-la em cena.

6. Marisa Tomei
(A Arte de Ser Adulto)

A atuação de Marisa Tomei na comédia “A Arte de Ser Adulto” foi uma das mais belas surpresas que tive em 2020 no cinema. Não estava contando que ali, no meio do besteirol de Judd Apatow, despertaria uma atuação tão contida, singela e honesta. Ela está tão incrível em cena que confesso que demorei alguns minutos para reconhecê-la.

5. Toni Collette
(Eu Estou Pensando em Acabar Com Tudo)

Elogiar Toni Collette é chover no molhado. Ela merece o Oscar de Melhor Atriz só por respirar. Na pele da estranhíssima mãe do protagonista (Jesse Plemons) em “Estou Pensando em Acabar com Tudo”, ela nos causa pavor, incômodo e uma dose de curiosidade. Toni sabe trilhar pela estranheza da situação que lhe é entregue, oscilando entre o humor e o desespero.

4. Olivia Cooke
(O Som do Silêncio)

Desde que surgiu na série Bates Motel, a jovem Olivia Cooke já indicava não ser uma atriz qualquer. Em “O Som do Silêncio”, ela vai do céu ao inferno em pouquíssimos minutos e surpreende pela garra e força com que enfrenta sua personagem. Uma performance segura e comovente.

3. Kathy Bates
(O Caso Richard Jewell)

Clint Eastwood traz um olhar bem naturalista ao real caso de Richard Jewell e o homem comum acusado de terrorismo. Kathy surge como a mãe do protagonista e rouba a cena. Os poucos minutos que tem na tela são soberbos porque ela traz comoção de forma honesta. Ela transmite humildade, carisma e nos faz acreditar na dor de sua personagem.

2. Scarlett Johansson
(Jojo Rabbit)

É muito especial a presença de Scarlett Johansson em “Jojo Rabbit”. A mãe revolucionária em uma Alemanha ocupada pelos Nazistas, que arrisca sua vida para salvar outra. Rosie é puro afeto e tudo o que sai dela envolve amor e proteção. Scarlett traz sensibilidade ao pouco tempo de cena que tem. Ela torna sua personagem maior do que é, deixando um certo impacto em nós. O instante em que ela imita o pai para o filho é primoroso.

1. Amanda Seyfried
(Mank)

Na pele da atriz Marion Davies vivendo na Era de Ouro de Hollywood, Amanda Seyfried desaparece. É incrível quando atrizes renascem em um papel e nos faz esquecer completamente tudo o que fizeram antes. Esse é o momento mais maduro e surpreendente de sua carreira. O filme de David Fincher é apático, o que torna sorte dele e do público se deparar com Amanda. Ela é o brilho da obra. O único elemento com vida.